terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Estou escrevendo

Era como mais um dia qualquer onde qualquer coisa irritaria. Na noite anterior a dor de cabeça e os barulhos provocados pelos habitantes da casa, íntimos seres que de tão próximos não se aborreceriam com um grito e alguns xingamentos em protesto ao barulho que dilatava minhas veias aumentando de subto o incomodo que ia da nuca até os olhos. A insônia... Até que em algum momento, momento qualquer que se pode registrar pelos ponteiros do relógio - eu não tenho relógio - digo, nenhum que estivesse à vista; bobagem... Bem, em algum momento que poderia ter sido registrado pelos ponteiros de um relógio, caso eu tivesse um relógio à vista, e se ainda fosse possível perceber o momento exato em que os olhos cerram-se após uma batalha quase interminável entre a falta de sono e o desejo de dormir. Dormi... Não foi preciso recorrer a protestos, eu estava tão estranhamente dentro de mim que não foi necessário recorrer ao que quer que fosse no intuito de acabar com o barulho que atravessava as fronteiras do meu quarto. Não sei bem para onde estou indo, mas tenho a sensação de que algo de importante tenha acontecido nessa passagem que para muitos não passa de uma coisa naturalmente comum e de tão banal tornou-se uma expressão bastante utilizada: Do dia para a noite, nesse curto espaço de tempo tive a impressão de que tinha partido de uma vida para outra, era diferente ao acordar. Talvez por isso o enorme incomodo que pulsava no peito, o mau humor... O mau humor indicava que eu não era tão outro assim. Passei a ser alguém diferente de mim, como se isso fosse possível. 

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