quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Quem responde?

Como pode fazer tão mal aquilo que um dia te fez tão bem?

Um Instante


 Nesse instante,
não me basta, eu.
Não me basta estar com a caneta em punho,
riscar uma página do caderno quase que completamente rabiscado.
Abrir um livro,
discar números errados.
Sentir o passado (mesmo?),
colunas e as vezes...âncora.
E quanto ao futuro!... Que seja um presente.

Nesse instante em que me vejo com olhos de saudade e solidão,
sinto o olhar que me fitava, e não mais.
Os rostos que foram e se foram,
As vozes que... escutei.

Voltar ao plano do nada,
cor, textura, timbre.
Novamente amorfo.

Nesse instante, onde a realidade concreta não se pode presente
Permito-me aos sentidos, ao etéreo
Através dos quais espero poder transformar a falta de forma,
No conteúdo concreto dos meus sonhos


Maick Barreto

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Sou...?

Silêncio!                                                    
Sorriso, gesto, flor.
Carinho, amigo, querido, amor.
Ardor!
Flor, espinho, mente, cor.
Vermelho?
Terra, giro (a), o Sol...
Fervor, borbulha, bolha
Telha, teto, céu...é chuva.
Quero, saber, querer
Sabendo...
Sendo, ser, si...(Próprio)
Se for? Se não for?
Se for sendo?
Se for não sendo?
Se for e não for?
Respiração...
Ser sendo o ser e o não ser...
Seria!
Fosse o que fosse.
Ser, será, agir.
Preto no fundo branco
Latido, abano, rabo balançando
Querendo, correndo, pulando
Agulha em retalho de pano
Branco no fundo preto, o avesso.
Do lado.
De dentro? De fora?
Quem deixou o tempo lá fora?
Barulho!
Grito, corrida, batida.
Bateu, correu, gritou...!
Foi, abriu, parou, procurou.
Achou, o, que, pro/cu/ra/va
O que procurava?
Ser, saber, amar, amigo
Sem, nada...
muito... pouco...
Assim, assado
Sorvete, quiabo, querido...Quente.
De cima ou de baixo.
No preto ou no banco
Deitado ou cantando
no canto da cama
caída no canto do quarto.
Se claro ou escuro.
contudo...
             Sou.


Maick Barreto

Simples?

Serei simples...
No espaço de tempo que me cerca,
ainda que ao longe se despeça
pela rua de brilhantes e carvão.
Ser sereno...
Sentir a vida passar...
As marcas de tudo que quase foi,
e foi ficando.
Deixou os medos, as dores.
Queria os sabores de uma alegria singela
ao som de tudo que vela e revela
o brilho presente no sorriso dormente
daquele que deveria ser o seu redentor.


Maick Barreto

Vida

Se si leva a vida
na ponta da faca afiada
a lida se torna pesada
e a  alma mau-humorada.
A todo instante o relance
do lado oculto, noturno.
Mas do laço brilhante da sorte
surge a força, oponente da morte.
Conforme for o estado da alma
A lama se torna palha
A palha vira aconchego
Cheiro suave de amor.
Flor do campo
Rosa acanhada
Doce risada... Carinho infantil.
O abraço da vida protege do mal
Guia o caminho
Cultiva o início...
Trilha o final.
Cartas na mesa.
O coringa sumiu!
Fugiu para o sertão,
dança ao batuque dos corações
que apesar de seco... Alegre
depois de só... Sorriso.
mundo maior que o chão sob os pés...
corrida pro chão que é seu.

                                                   Maick Barreto


Possibilidades


aperto, pego, fecho
abro, corto, aponto
coço, afago, escrevo
seguro na outra irmã...
amigo, pai, amor – estanco a dor –
digito, jogo, apóio
ponto de apoio
mexo, puxo
alongo, tenciono
levo à boca...como
toco, sinto, tato
mais uma vez, afago
ao toque, beijo
e se deixo, abraço
contato
colho, flor, perfume
empurro, ciúme...
bato, esmurro, talho
transformo, modelo, re-crio
e novamente afago
guio o caminho
seguro na palma pequena
caricia serena
marca de mim

Maick Barreto



Flor

Naquele dia caminhava...
No caminho estava a flor.
Aflito estava eu,
Diante da flor


Maick Barreto

Estou escrevendo

Era como mais um dia qualquer onde qualquer coisa irritaria. Na noite anterior a dor de cabeça e os barulhos provocados pelos habitantes da casa, íntimos seres que de tão próximos não se aborreceriam com um grito e alguns xingamentos em protesto ao barulho que dilatava minhas veias aumentando de subto o incomodo que ia da nuca até os olhos. A insônia... Até que em algum momento, momento qualquer que se pode registrar pelos ponteiros do relógio - eu não tenho relógio - digo, nenhum que estivesse à vista; bobagem... Bem, em algum momento que poderia ter sido registrado pelos ponteiros de um relógio, caso eu tivesse um relógio à vista, e se ainda fosse possível perceber o momento exato em que os olhos cerram-se após uma batalha quase interminável entre a falta de sono e o desejo de dormir. Dormi... Não foi preciso recorrer a protestos, eu estava tão estranhamente dentro de mim que não foi necessário recorrer ao que quer que fosse no intuito de acabar com o barulho que atravessava as fronteiras do meu quarto. Não sei bem para onde estou indo, mas tenho a sensação de que algo de importante tenha acontecido nessa passagem que para muitos não passa de uma coisa naturalmente comum e de tão banal tornou-se uma expressão bastante utilizada: Do dia para a noite, nesse curto espaço de tempo tive a impressão de que tinha partido de uma vida para outra, era diferente ao acordar. Talvez por isso o enorme incomodo que pulsava no peito, o mau humor... O mau humor indicava que eu não era tão outro assim. Passei a ser alguém diferente de mim, como se isso fosse possível. 

A MAR

De asas abertas para o mar
Onde a dor e a alegria se confundem
Vejo o amor que paira em meus desejos
O mar...
Casa de todos os sentimentos
Porta para todas as curas do amar

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A porta

Estar do lado de dentro, paredes que olham todo o dia.
Buscar uma saída de si mesmo.
Analisando o passado, o presente e projetando um futuro.
Olhar a porta. Sabe-se que a trava está solta.
Empurrar devagar para não ser incomodado com a luz.
Quando ela estiver completamente aberta, o que estiver do outro lado será meu.

Maick Barreto

SIM

É tempo de ser eu mesmo.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Tempo.

Fazer diferente pra ser o mesmo.
Ser diferente para ser que sou.
Olhando para dentro para poder ir para fora.
entrando para poder, finalmente, sair.

Maick.