domingo, 8 de junho de 2008

Capítulo de hoje

Hoje eu quero escrever como nunca quis.
Quero escrever com toda a vitalidade dos meus dedos,
O barulho produzido pelas teclas me instiga, me faz querer cada vez mais ouvi-lo. Meu coração pula, a respiração ofegante me tira do chão. Estou em estado de quase ser. Estado de quase falar, de quase ofender, ofender? Sem motivo para isso, realmente sem motivo. Absolutamente sem nenhum motivo. Não, não, não... Não. Sim, sou e seria capaz de ofender, mas isso não me interessa, não está entre as minhas escolhas esse tipo de atitudes, e nem tenho motivos. Contrário, absolutamente pelo contrário, cuidar, ser cuidado, amar ser amado, querer ser querido, viver e viver vivendo, bem. Para isso eu tenho coragem e para isso meus instintos me levam. Insisto... E isso importa? Não importa? Suporta? Saco? Sacola? Importa? Não importa? Não... Não diga... Caso não queira dizer, o silêncio traduz a alma. Silêncio... Estou me especializando em decifrar almas. Principalmente aquela que mora em mim, em meu corpo não cabe a alma que tenho... Tão cheia de falhas que necessita de outros corpos para poder controlá-la. Os dias passam, noites e dias, passam, passam dias e noites ao som dos dias que passaram. Em dias e dias reencontro meus pedaços, espalhados pelo mundo dos contrários. Sem hora e sem espaço, de dia ou na madrugada, interrogações com sentidos em tamanhos de odisséias, um corpo enjaulado numa mente de fera, um som silencioso e forte no ouvido imaginário, sono, pesadelo em pedaços, uma casa sem teto, uma pergunta sem sentido, um pavor entreaberto nas frestas dos olhos semicerrados, algo de errado? Errado? Meu erro... Insisto... O meu céu é de vidro, estou, e serei sempre desprotegido. Pra que proteção? Por... ter... Sempre ficar no por ter, e não ter o que se é... Não se saber em ter por não ter o que se é... Ao não ter o que se quer ter. Prefiro estar desprotegido... Viver e viver. Meu pesadelo, a casa sem teto, o homem que flutua sem ser visto, mas por meus poros sentidos, me fala com silêncio aos ouvidos, numa simples pergunta sem articulação nenhuma, apenas um infinito mar de sentidos. Estou com medo. Acordei na madrugada, coração aos pulos, respiração me tirando do chão, um pedaço de mim, que em outro lugar se esconde e se conforta, me implorava a voltar a ser completo.

Para mim mesmo num tom de quase desespero.
Maick Barreto

Um comentário:

Glauber Cartaxo disse...

o desejo é uma desordem...
vc viu Barreto que o Bolg vai dar certo.
Senti as viceras... vc é viceral.
Abraços meu amigo
Glauber Cartaxo