domingo, 25 de maio de 2008

Sim

Estou louco.
Sim, estou... Mas que qualidade de loucura é essa?
Permito-me não compreender. Nada tornaria claro o sabor brando e ligeiramente doce dessa inconstante e desavisada sensação.
Acabo de chegar. É exatamente isso, realmente acabo de chegar... Quase.
Quase lá...
Quase onde quero querer.
Estou querendo e correndo através do querer.
Quero portas abertas... Pelas janelas o sol já desponta, mas são as portas que me interessam abrir... Mãos... Abro as mãos... Pés descalços ao chão. Mãos ao léu... Mente no céu...
Louco...
Redondamente louco.
Sereno e tranqüilo como de frente ao abismo pétalas caídas só vistas à luz do travão.
Clarão...
Cego de luz, além do espaço entre a luz e o quarto, de porta aberta, caminho no vácuo ao som dos coturnos de um soldado...
Branco... Por dentro obscuro. É claro, é escuro, marchando ao fundo de meu coração.
Sensação.
Portas abertas... Flor na janela, uma cama arrumada, ronco na madrugada, água gelada, saída ou entrada... Lugar de morada, além da fachada. Saída da casaca.
Lá...
Onde quase me arrisco querer.

Maick Barreto

Um comentário:

Glauber Cartaxo disse...

Mandou bem.
Barreto forte abraço.
Quando vai pro Ceará?
Palavras jogadas no ar, a espera de horas no lugar certo do sentimento bem seu, mesmo sem querer? Não devia ter excluido, o texto anterior. Até parece que ia alugar seus amigos? Tudo deve ter sua razão de ser. Num divertimento de não parecer. Prece fora de cogitação, medo de andar pelos desertos.
Não a definições nem rótulos.
Mande mais textos.
Do seu amigo
Glauber Cartaxo