sábado, 15 de março de 2008

Aos amigos da CDS

O que é a realidade? De que matéria ela é composta? O que é a realidade? O que a faz objetiva? A realidade é real? O que me faz pensar que o que vejo são realmente as coisas que estão diante de mim? O que são as coisas? Para que elas servem? O que sou eu? Quem? (respiro um minuto antes de continuar). Continuo...
Que tipo de realidade me faz quem eu sou? Seria bom ter as respostas para essas perguntas, mas acho que nenhuma palavra, frase ou idéia seja capaz de responder. Não acredito em realidade, não consigo imaginar a possibilidade de sermos iguais de forma tão extrema em que se faça possível o surgimento de uma realidade. Prefiro acreditar em realidade(s). As realidades favorecem, as diferenças, as novas oportunidades, transformam a vida em poesia. Acredito na poesia assim como acredito na vida poética. Viver nas nuvens, flutuar, andar movido por sonhos embora consciente de que nem todos os vôos estão livres de turbulências. Alguns trazem irritações, dúvidas, ansiedades, medos, desafios... Nem todos os sonhos são feitos de Sol, alguns possuem uma atmosfera diferente, os sons não se parecem com harpas, em seu lugar estão os ruídos brilhantes dos raios e dos trovões. Pesadelo? Não acredito. Sonhos também são sofridos, e isso não é ruim, faz parte da poesia trabalhar por ela, ela não resiste a falta de esforço, a poesia só se torna poética se houver envolvimento, se o coração bater acelerado, se a mente voar longe, a poesia só se revela quando o corpo a alma e o pensamento forem um só elemento vivo de desejo e coragem. É preciso ter coragem para perceber em que tipo de realidades estamos envolvidos, é necessário coragem para ser feliz e não se pode ser feliz antes de encarar o espelho e reconhecer nossos limites. Não tenho certeza se eu sei quem sou, estou a procura de mim como quem procura uma agulha no palheiro, estou a disposição do tempo. Só ele pode me ensinar a ser quem sou. Enquanto isso identifico vagarosamente as coisas que estão diante de mim, as realidades são transformadas sem cerimônia ou aviso, mas as coisas que estão diante de mim sempre estarão. Em minha frente estão sentimentos, olhares, desejos, pessoas, crianças, adultos, jovens pessoas que se acham envelhecidas, mas que em realidade(s) são jovens rimas soltas no tempo. O tempo me leva em suaves sopros e, em minha frente, essas imagens vão a me proteger. Por esse motivo não tenho medo de viver em nuvens, não tenho medo de estar solto no tempo nem de esquecer os caminhos de terra por onde encontrei tão lindos versos em estilos diferentes, não se pode esquecer o que está escrito na alma. Ir me deixa triste, embora fique feliz com a certeza da volta, que certamente virá com novas poesias.
Todo sonho é feito de lágrimas e coragem... Não tenho medo de chorar, o risco faz parte do jogo, não existe jogo sem risco, meus sonhos são o que me move, assim vou voando... Vou sonhando em voltar.

Maick Barreto

4 comentários:

Anônimo disse...

Negão seu texto consegue sempre uma comunicação instantânea com minha alma!
Bjos,Te Amo!
Bruno Guimarães

Suelen Matos disse...

Como é que você consegue escrever o que eu sinto?
Lindo d++++++!!!!
babei rsrsrsrsrsrs
bjuss da sua amiga/tiete

Anônimo disse...

Adorei escutar este texto dos meninos da CDS e adorei lê-lo no papel (na tela, mas bem)! Você escreve maravilhosamente.

A propósito, sabe que Augusto Boal trabalhou com populações indígenas no Equador? (Teatro Imagem) O mundo e muito pequeno mesmo!

Glauber Cartaxo disse...

Autor emocioando
Leitor soube perceber o seu momento.
Barreto, alguém sabe dizer o que é normal?
Velho amigo.
Acabei de términar mais um dia de estudo e fatos ocorridos numa Salvador, vista. Escritas macadas para lhe mostrar.
Do seu amigo
Glauber Cartaxo